Sem mácula
Como trabalhador, como amigo e como camarada foi sempre o melhor, o mais disciplinado o mais constante e cumpridor.
E o mais modesto. Raramente falava. Nunca se pôs em bicos dos pés.
No banco prescindiu de lugares de chefia. Bastava-lhe o seu trabalho exacto e sem erros. O Banco de Portugal - exigentíssimo ao nível do trabalho de carteira - nunca tinha nada a apontar ao seu trabalho no "redesconto".
No trabalho partidário, no apoio ao trabalho sindical, nunca teve uma falha.
Sempre presente. Sem mácula.
A UBR - União de Bancários Reformados não existiria sem o trabalho que o Fernando fez.
Metódico e trabalhador incansável, a tudo metia mãos.
Tratou da tesouraria, fez as fichas, os cartões, a correspondência, os primeiros comunicados.
Simplesmente as coisas apareciam feitas.
Um pouco individualista, talvez. Mas como não o ser, se fazia quase tudo em casa?
Além disso há tarefas que são como os bons cozinhados - só podem ter um autor.
Há meia dúzia de anos, o pequeno número de velhos camaradas que se vê na foto comemorou, na Casa do Alentejo, um aniversário do Fernando Henriques.
Nunca tivemos ideia melhor.
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